terça-feira, março 07, 2006

A Noção das Responsabilidades...

Era urgente dotar a Fundação La Salete dos orgãos próprios para poder funcionar. O único orgão com poderes executivos de que a mesma estava dotada era a Comissão Instaladora, que seria um orgão de caractér provisório e que arrastou a sua provisoriedade durante cerca de ano e meio! Esta urgência vinha sendo reclamada por várias vozes, nomeadamente a minha; várias vezes e em diversas circunstâncias referi a necessidade de dotar a dita Fundação do mais elementar para poder começar a cumprir os objectivos para os quais foi criada - um Conselho de Administração.

Há minutos atrás li no Correio de Azeméis que está constituido o Conselho de Administração da Fundação La Salette. Li que os administradores são senhores António Rosa, Amaro Simões e Hermínio Loureiro. Confesso que já sabia que os ditos senhores haviam sido "sondados" para o efeito, mas... Afinal já está consomado! Deixando outras considerações para mais tarde e melhor ponderação há desde logo um aspecto que me deixou incrédula; passo a explicar:

- Todos se lembram, concerteza, que o senhor Herminio Loureiro é o Presidente da Assembleia Municipal de Oliveira de Azeméis; eu não tenho notícia de que o mesmo tenha renunciado a tal cargo e estou certa de que se ele o tivesse feito, eu, que sou membro da mesma Assembleia Municipal, sabê-lo-ia;

- A Assembleia Municipal é o orgão que, entre outras, tem competência para acompanhar e fiscalizar a actividade da Câmara Municipal, dos serviços municipalizados, das fundações e das empresas municipais (cfr. artº 53º, al c) do nº1 da Lei das autarquias locais);

- A manter-se esta situação o senhor Hermínio Loureiro será o presidente do orgão que fiscalizará a entidade de cujo orgão executivo ele próprio é membro (quiçá presidente!);

- Bem se vê, que além da incompatibilidade legal, se põe um enorme problema de responsabilidade e bom senso político;

- De alguém, com a experiência adquirida há tantos anos na política era esperado outro tipo de comportamento e de qualquer político cuja legitimidade advém do voto do povo e exigivel uma postura de responsabilidade;

É a quem anda na política, em primeira mão, que cabe credibilizar os agentes politicos e a política enquanto actividade nobre que tem que ser; estou certa de que atitudes destas em nada contribuem para o efeito.

Ainda que o senhor Hermínio Loureiro venha a fazer o que deve (não terá outro remédio!), o que está está e é mau.

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