sexta-feira, outubro 28, 2005

A Barqueira

Desde o "Pórtico de entrada" até ao fim do livro, na "Festa", 211 páginas estendem o romance do nosso conterrâneo, Gomes Fernandes, hoje apresentado no Salão Nobre da CM de Municipal de Oliveira de Azeméis, embrulhados numa bela capa (Letras do Caixotim, 2005).
O novo livro atravessa dois séculos e plurilocaliza-se de Esposende a Nova Iorque, passando pelas Furnas, na ilha de São Miguel, nos Açores (um dos mais belos e misteriosos lugares deste planeta).
O Arq. Gomes Fernandes, arquitecto e escritor, político nestes últimos anos, associa-se novamente a Oliveira de Azeméis, ao lançar aqui a sua mais recente obra literária. Em boa hora, a arte e a literatura interpenetram-se ou não fosse, como citou de um seu professor, que "para saber escrever é preciso antes saber desenhar".
Cidadão, humanista, político, pai, arquitecto, autarca, vamos ter a oportunidade de tomar o Arq. Gomes Fernandes, em boas doses de afecto, agora na posição indefensável de escritor. E logo com um romance na agenda.
A última nota fica para a promessa pública, de que irá publicar, nos próximos anos, novas ideias em escrita com ou sobre Oliveira de Azeméis. Certamente inspirado, em grande parte, pelos últimos 4 anos de estreita ligação com o concelho, por via da sua actividade política. Ficamos à espera. Ansiosos.

sábado, outubro 22, 2005

A pressa em mostrar serviço

Antes do início da campanha eleitoral, o Presidente da Câmara Municipal afirmou que não iria fazer mais inaugurações... Mas não resistiu em abrir ao público parte das obras do Largo do Gemini - somente parte, pois a restante está parada sem se saber o porquê, apesar de existir muita especulação em torno de uma possível impugnação do concurso para exploração do Café-Bar.
De qualquer forma, a pressa originou o que a foto documenta. No espaço onde é esperado que as crianças brinquem de forma tranquila, existe um buraco de mais de dois metros de altura, susceptível de causar graves problemas em caso de queda... Um aviso a todos os responsáveis que permitiram que a obra abrisse sem estar terminada - nota-se que em torno dessa abertura ainda falta colocar algo - uma protecção, digo eu!
Uma situação a rever antes que seja tarde!

sexta-feira, outubro 21, 2005

Obras mal pensadas...

As obras de pedonização das artérias centrais da cidade, já foram iniciadas com dois anos de atraso para que se procedesse à elaboração dos projectos, e quando todos julgavam que iriam terminar em breve, toca a levantar grande parte do pavimento para emendar um erro de projecto! Quem paga este erro? O projectista? A entidade contratada para fiscalizar a obra? Ou seremos todos os contribuintes??
Não estará na altura de responsabilizar os técnicos... Ou serão sempre os políticos os responsáveis??

quinta-feira, outubro 20, 2005

Maioria absoluta, sem desculpas.

O PSD vai estar no poder em Oliveira de Azeméis, no fim deste mandato, durante 34 anos seguidos (!). Tem estado quase sempre em situação de maioria absoluta. Vai estar agora mais 4 anos em maioria. Irão somar 12 anos consecutivos (desde 1997).
Não há mais desculpas. O concelho está como está e é o que é. É claro que evoluíu. Era o que faltava, que não crescesse. Vieram aqui parar dezenas e dezenas, centenas de milhões. Mas a verdade é que não se desenvolveu ao ritmo e com a qualidade de municípios vizinhos. Isso parece evidente. Resultado disso é que o PSD nunca tem um Presidente de Câmara que se aguente mais do que 2 mandatos. Caem por terra, vergados à inércia e ao apelo para nova esperança dos eleitores.
Não haverá no futuro mais desculpas. O PSD tem todas as condições, uma vez mais, para realizar o seu projecto. Seja ele qual for. E é bom que o faça, sob pena de ir parar à oposição e, quando tal acontecer, depois de tantos créditos eleitorais, é bem capaz de estar tanto tempo na oposição como aquele que está no poder. Não haverá desculpas.

domingo, outubro 16, 2005

Noite eleitoral

Passei a noite eleitoral a comentar, na Azeméis FM, os resultados eleitorais. Nestes últimos actos eleitorais, tiram-me o sossego e lá vou eu comentar os resultados. Não me interessam outros resultados. Mas estes sim. São os da minha terra.
Não pude deixar de observar o enorme nervosismo da candidatura do PSD. Os tradicionais discursos de vitória de Ápio assunção e Hermínio Loureiro foram deploráveis. Quem ouviu, não deixou de ficar chocado. Eu fiquei.
Discursos de grande agressividade e, sobretudo, muito má educação. Não se compreende. Quem ganha deve assumir ainda com mais dignidade do quem perde. Com respeito e humildade. De preferência, de forma magnânime. Sobretudo com os adversários. Os adversários souberam ser humildes. Também não ficou bem a atitude quixotesca com que proferiram ameaças contra inimigos desconhecidos e incompreensíveis. Foi triste.
Tenho respeito e estima pessoal por Ápio Assunção. Tenho grande simpatia e amizade com Hermínio Loureiro. Mas ambos estiveram irreconhecíveis. Quero acreditar que foi o calor da noite que propiciou posturas tão singulares. Por certo, irrepetíveis.
Também todos percebemos as razões para tal comportamento. Não foram os tais panfletos anónimos. Não foi perderem 2.200 votos. Não foi perderem 1 vereador, 1 presidente de Junta e 2 membros na AM. Mas também não vos digo porquê. Adivinhem...

Resultados (2)

Os resultados eleitorais não evidenciaram grandes mudanças. Ainda assim vale a pena evidenciar algumas notas:
1. Ápio Assunção volta a ganhar e cumpre a tradição concelhia, ao dar a vitória ao PSD, que elege sempre duas vezes o mesmo candidato a presidente. Parabéns e felicidades para este novo mandato, que se espera seja também um mandato novo!
2. O PS não aproveita um dos piores mandatos da história autárquica concelhia, nem consegue mostrar aos eleitores a necessidade de mudança, que permita fazer emergir um novo projecto e ponha fim a alguma senilidade política em que se vão desfiando as sucessivas vitórias autárquicas do PSD. Mas fica o enorme esforço e a seriedade das candidaturas de Manuel Alberto Pereira e Helena Terra.
3. O resultado mais negativo do PS surge em Cucujães. Um mandato fraco do PSD, uma boa lista do PS e uma freguesia sociologicamente socialista, faziam prever um destino diferente. O PS ganha 7 votos e o PSD perde... 6 votos. Foi a surpresa da noite.
4. Surpresa foi também foi a vitória clara de Narciso Pinho em Macieira de Sarnes. E agora com maioria absoluta. Cada vez melhor, como o Vinho do Porto.
5. O PS não vence a Junta da cidade, por pouco mais de 100 votos. E perde novamente nos votos jovens. A história parece querer repetir-se. Mas há que referir que o PSD perdeu, no conjunto dos 3 órgãos (CM, AM e Junta), mais de 1000 votos na cidade! Mérito da candidatura de João Pinho.
6. Filipe Ferreira fez uma boa campanha e um grande esforço. Que não foi recompensado pelos eleitores. Mas o resultado é muito animador para o CDS/PP.
7. Rui Cabral consegue o melhor resultado de sempre do PS em Loureiro. Está tudo dito!

sábado, outubro 15, 2005

Resultados (1)

O PSD voltou a ganhar as eleições autárquicas no concelho, novamente com maioria absoluta. Perdeu para o PS um vereador, perdeu dois membros na Assembleia Municipal (na prática perdeu 3 lugares, com a mudança da presidência de Nogueira também para o PS) e perdeu a Junta de Freguesia de Nogueira do Cravo, aliás, a única a mudar de mãos na noite eleitoral.
Os resultados não surpreenderam. Sabia-se da forte probabilidade do PSD voltar a ganhar. Mas, perante o mandato fraquíssimo na Câmara Municipal, era expectável que perdesse muitos votos. Só não se sabia quantos. Perdeu cerca de 2.200.
Dos votos perdidos, perdeu a fatia maior para o PS (que teve mais 900 votos), perdeu alguns para a abstenção, perdeu ainda para o CDS/PP e para a CDU.
O CDS/PP aumentou o seu resultado eleitoral, mas não conseguiu eleger qualquer vereador. Tal como disse na noite eleitoral, o CDS melhorou. Subiu 400 votos! Mas de nada valeram a quem queria influenciar o futuro.
A CDU elegeu 1 membro para a Assembleia Municipal. Resultado histórico, embora apenas simbólico. Falta saber em que zona da Assembleia vai sentar-se o seu eleito. Uma boa notícia para a democracia, que assim se abre à representação de mais uma força política.

quarta-feira, outubro 12, 2005

Ressaca

Meus caros, estou na ressaca pós-eleitoral. Não me apetece escrever. Escrevam, escrevam, que há muito para dizer.

segunda-feira, outubro 10, 2005

A derrota na Vitória

A noite eleitoral no nosso concelho trouxe-nos alguns resultados interessantes, em função da elevada confiança do PSD em reforçar a sua maioria obtida em 2001, desde logo com mais 1 vereador, passando dos actuais 6/3 para 7/2 e com mais Juntas de Freguesia, nomeadamente, mantendo todas as que possuía e ganhando Travanca e S. Roque, onde o PS substituía os seus candidatos.

Com o avançar da noite, o PSD perdeu em todos os seus objectivos: perde um vereador, passando para 5/4, perde dois elementos na Assembleia Municipal, um para o PS e outro para a CDU, bem como não consegue derrotar nenhuma das Juntas de Freguesia presididas pelo PS, e perdendo a freguesia de Nogueira do Cravo.

É sem dúvida, uma vitória ainda expressiva do PSD que vê diminuída a sua vantagem em 2500 votos, mas existem vitória com sabor amargo, e derrotas com um travo doce!

Parabéns a todos os eleitos! Que trabalhem para merecer a confiança que foi depositado pelos seus eleitores e que acima de tudo, credibilizem a actividade política.

 

PS: Melhor resultado da noite eleitoral – A derrota do populismo e caciquismo em Amarante com a não eleição, para Presidente da Autarquia, de Avelino Ferreira Torres.

domingo, outubro 09, 2005

Eleições (4)

Está aí a votação para as eleições autárquicas de 2005. Ninguém sabe o que nos vão trazer, no que respeita aos seus resultados. Mas, perante o que foi a campanha e, remotamente, o que se passou nestes últimos 4 anos, algumas questões vão encontrar resposta. Assim:
1. O PSD vai voltar a vencer as eleições para a CM de Oliveira de Azeméis? E, se vencer, será com maioria absoluta?
2. A prever uma perda de votos do PSD, qual será a dimensão dessa perda? Perderá muitos, poucos?
3. Qual será a capacidade dos diversos partidos em fidelizar o seu eleitorado natural?
4. Tendo vencido nas eleições legislativas deste ano, conseguirá o PS voltar a ganhar a maioria dos seus eleitores que lhe deram votação tão expressiva em Fevereiro?
5. Para onde irão os votos perdidos pelo PSD? Vão para a abstenção ou para outros partidos, designadamente o PS, que se apresenta como a alternativa natural?
6.Em quem votarão os chamados votos de protesto? Vão para a abstenção, concentram-se apenas num dos partidos da oposição ou dividem-se por vários partidos?
7. Perante a campanha realizada, conseguirá o PP voltar a conquistar um vereador e, com isso, "influenciar o futuro"?
7.Quais serão os descontentes mais descontentes. Os descontentes com o actual Governo, eleito em Fevereiro e que por isso penalizarão o PS ou os descontentes com o que alguns dizem ser o pior mandato autárquico da história do concelho e que, por isso, quererão penalizar o PSD?
8. Conseguirá o PS recuperar Cucujães e ganhar na cidade?
Estas e muitas outras questões serão esclarecidas em 9 de Outubro. O povo decide. Com autoridade e soberania. É linda a democracia!

segunda-feira, outubro 03, 2005

Eleições (3)

Estive a dar uma vista de olhos aos grandes cartazes da campanha. Algumas observações. Até ao momento, o cartaz mais bem conseguido foi o cartaz do PS, de Manuel Alberto Pereira, sózinho, com a mensagem "Seriedade, Experiência, competência". O novo e mais recente cartaz, com todos os candidatos do PS, embora humilde e de grande realismo, tem pouca esperança, pouca emoção. E aquilo que o PS mais precisa, e merece, é esperança. E alguma ambição.
O melhor cartaz colectivo é o dos candidatos do PSD à CM. Excelentes fotografias, bem compostas, equilibrado e com pormenores de muito boa técnica publicitária. É claro que a proeminência do principal candidato, ao sobressair na fotografia, transmite mais a ideia de uma equipa de vendas da "tupperware" (passo a publicidade), do que um projecto político liderado numa cultura interpares. Mas, do ponto de vista gráfico, está muito bom. Parabéns. A mensagem política é a mesma: continuar, continuar, na esperança do caminho certo.
O cartaz mais convincente é o do CDS/PP, com os candidatos à CM. Equipa mais pequena, dá uma ideia de economia e sobriedade. A mensagem é politicamente certeira: influenciar o futuro. O futuro funciona sempre. E o influenciar (para quem sabe que não ganha mas quer estar na vereação) é autêntico e convincente. É a melhor expressão de conjunto (imagem, mensagem política e consistência do objectivo) e o de maior autenticidade, considerando o seu eleitorado.
O pior cartaz é o do PND, sobretudo pelo aspecto gráfico. Mas é o que tem a melhor e mais forte mensagem política: 29 anos disto, Basta! Não podia ser mais certeiro. É este o problema central. Certeiro. Corajoso mesmo. Diz o que todos pensam e ninguém se atreve. Peca só pela má qualidade estética.

Eleições (2)

Este ano a campanha autárquica do concelho, no que respeita às opções gráficas e de exposição da mensagem política, apresentam o mesmo traço comum: cartazes, pendões, panfletos, programas e autocolantes são servidos e forrados com muitas caras, muitos rostos.
Essa é a opção de todas as candidaturas e de todos os Partidos. As caras dos candidatos estão penduradas e coladas por todo o lado. Opção comum a quase todos (PSD, PS, CDS/PP,PND,...).
Os Partidos preferiram os rostos às palavras; as caras às ideias. Esta é uma mensagem muito mais directa, sem dúvida. Não digo o que sou, mas digo quem sou; Não digo o que penso mas assumo que não penso nisso; Se querem pedir contas, não me escrevam: peçam ao tipo das "fuças" penduradas no cartaz.
Confesso que me atrai este tipo de campanha, personalizado. Fulanizado. É preciso que quem se candidata, se assuma. Plenamente. Mas também é preciso saber o que assume, afinal! Não basta dar a cara. É preciso saber pensar e saber dizer o que se pensa. E isso parece esquecido. Tenho lido os programas e propostas eleitorais dos candidatos e, devo confessar, vivem todas no mesmo paradigma. Com diferenças, é certo, mas no mesmo hemisfério. Daí que seja importante mostrar as pessoas. A política é feita de pessoas e para pessoas.
É claro que "palavras, leva-as o vento". Mas será que "quem vê caras, ... vê corações?"

Eleições (I)

Em ambiente de campanha eleitoral, não podemos deixar passar o tema aqui no blog. Por isso, durante esta semana derradeira que precede o dia 9 de Outubro, aqui vão algumas observações, sobretudo para quem não gostar delas.
A primeira é a de que, felizmente, temos tido uma campanha relativamente pacífica e democrática - salvas as desproporções de orçamentos entre os Partidos concorrentes. Sem tiros, sem insultos, sem cartazes rasgados, sem candidatos indiciados ou pronunciados por crimes. Vá lá!