Posse e pose

Ricardo Tavares tomou posse como Presidente da CPC do PSD, facto a que aqui já aludi. Nesse acto, aproveitou para censurar a oposição (!) por não se ter insurgido contra (ou insurgiu-se contra a oposição por esta não ter censurado...) algumas decisões como as do encerramento da Maternidade e a da suspensão da Loja da Juventude.

Ora bem, caro Ricardo: a pose estragou-te a posse!

Senão vejamos: a Loja da Juventude foi um "papel", um foguetório fútil, feito em vésperas de eleições, pelo antecessor na CPC e então Secretário de Estado, Hermínio Loureiro (uma espécie de "negócio político consigo mesmo"), sem qualquer suporte material e gestionário, feito mesmo para não ser cumprido, por quem também sabia que, decorridas as eleições, lá não estaria para lhe ser exigido cumprimento.

Quanto à Maternidade (e são conhecidas as minhas posições sobre isto), convenhamos que também o PSD não censurou nem tomou posição credível, pública e sustentada sobre o assunto. Com a agravante, de lhe competir a iniciativa por ser o PSD a suportar esta maioria autárquica.

É defensável que se critique a decisão do Governo. É aceitável que se duvide da posição do PS. Mas, por céus, era o que faltava exigir da oposição local (o PS) que agisse por conta ou em nome das posições que o PSD também não teve a coragem de ter.

Foram maus e pobres os exemplos, caro Ricardo.

(aproveito para públicamente desejar as maiores felicidades ao Ricardo Tavares, pessoa que aprendi e gosto de admirar; naturalmente, ele compreende que não lhe deseje também sucessos pessoais nesta nova função...)