domingo, maio 27, 2007

Orçamentos Participativos

Achei muito interessante um assunto que o jornal Expresso publicou na sua última edição: orçamentos participativos em autarquias locais.
12 Câmaras em Portugal (PSD,PS, CDU e Independentes) aprova o plano de actividades anuais após debates com a população.
Embora tenha tentado, não consigo inserir, aqui, o link que poderá existir para a edição electrónica do referido semanário.
Em que consiste, em resumo, os Orçamentos Partcipativos ?
As autarquias divulgam um conjunto de projectos para uma determinada área, concelho, freguesia, bairro ou lugar. De seguida, em sessões abertas com as populações colhem as opiniões e sensibilidades quanto à valia dos projectos, seu grau de prioridade, exequibilidade, etc.permitindo que a decisão final dos responsáveis políticos seja mais próximo dos interessas e expectativas da comunidade.
Essas sessões também permitem o exercício da pedagogia, esclarecendo, por exemplo, o que é da competência da autarquia local vs competência central.
Em Portugal, é uma metodologia embrionária mas já em uso em muitos países europeus e na América do Sul. Tem havido mais êxito em comunidades médias e pequenas.
Sem querer aprofundar muito o tema, penso, à partida, que é uma ideia interessante que pode levar à aproximação eleitos-eleitores (sobretudo quando cresce a desconfiança nos políticos devido a escândalos, corrupção) mas pode igualmente dar azo a gratuitas atitudes populistas e de manipulação.
Porém, é uma ideia e um projecto a seguir com atenção, pioneiro em Portugal através de, para já 12 Câmaras.

6 comentários:

  1. Se os "donos" do poder, nem sequer dão ouvidos aos colegas eleitos, mas não participantes como vereadores activos no elenco camarário, como seria possível darem aovidos ao Zé Povinho?

    ResponderEliminar
  2. um dos problemas é exactamente esse, os orçamentos e praticamente tudo o que exige decisões, são tomadas por um grupo muito restrito e atrevo-me mesmo a dizer que alguns vereadores com pelouro não são tidos nem achados no que concerne às decisões do colectivo e limitam-se a votar favoravelmente tudo o que seja proposto pelo chefe. Outro exemplo é na assembleia municipal em que a bancada do poder vota sempre alinhada com a câmara municipal nem que sejam propostas de correcção que todos aceitam, mas como são propostas pela oposição são para chumbar. No entanto a opinião pública também origina estas situações pois sempre que existem votações diferentes numa qualquer bancada, origina comentário do género: divisões no partido x, fulano discorda do seu próprio partido, etc... quando na realidade, nem todos podemos estar sempre 100% de acordo com tudo. A sociedade também necessita de mais cultura cívica e política.
    Outro exemplo foi dado na semana passada no programa prós e contras na RTP em que um dos oradores afirmou, mais ou menos isto: o povo diz mal da classe política por não falar verdade aos eleitores, mas estou certo que se algum dos candidatos falar verdade aos eleitores sobre a real situação financeira da CM Lisboa e como tal, prometer um saneamento financeiro que implica a não realização de grandes obras, esse candidato perderá as eleições.

    Não terá razão?

    ResponderEliminar
  3. Outro exemplo foi dado na semana passada no programa prós e contras na RTP em que um dos oradores afirmou, mais ou menos isto: o povo diz mal da classe política por não falar verdade aos eleitores, mas estou certo que se algum dos candidatos falar verdade aos eleitores sobre a real situação financeira da CM Lisboa e como tal, prometer um saneamento financeiro que implica a não realização de grandes obras, esse candidato perderá as eleições.

    Não terá razão?

    Infelizmente é assim!!!

    M.G.

    ResponderEliminar
  4. nem de prepósito decorre no final de junho um curso sobre orçamentos participativos, promovido pelo centro de estudos e formação autárquica que contará com o sociólogo Boaventura Sousa Santos, entre outros oradores.

    ResponderEliminar
  5. Só para políticos! Acertei?

    ResponderEliminar
  6. Políticos honestos não terão medo dos OPs, antes pelo contrário, pois estão descartados de grandes responsabilidades pois o orçamento é discutido e proposto pela população. Mas não estou a ver os partidos a não poderem controlar sempre a seu belo prazer. TODOS.
    Gostaria de ver aqui - na Assembleia - algum partido a propor a criação dum OP. Nos concelhos aonde actuam julgo que tem sido excelente o resultado. Conheço o exemplo de Tomar ( PSD ). Então aparecem os Independentes sem terem necessidade de colagem partidária.

    ResponderEliminar

Comente o artigo. Logo que possível o mesmo será validado.