segunda-feira, janeiro 01, 2007

apontamentos de ano novo

Na manhã de hoje, primeiro dia do ano de 2007, dei mais um passeio a pé pelo centro de cidade.
Tudo muito calmo, sem trânsito, com poucas pessoas a circularem. Efeitos da noitada de passagem de ano, pensei eu. Mas logo assaltou-me uma questão: não será que o centro da cidade não estará a ficar desertificado ? Como dar mais vida e animação a uma área com tão bons exemplos de arquitectura, sobretudo nascidos na 1ª metade do século XX ?
E veio-me à memória, à memória de quem aqui vive e sente a sua terra há mais de cinquenta anos, a recordação de quantos viveram, comerciaram e frequentaram as ruas de cima, à volta do Jardim Público, na Avenida.
Não foi difícil recordar o quanto já não existe, as casas que vão ficando vazias, as lojas que foram fechando ou deram lugar a outros negócios, quantos deles de efémera duração.
À tarde, passando nas cercanias da cidade, de novo me confrontei com muitos prédios inacabados, sem vivalma. O que acontecerá a estes edifícios se não forem, entretanto, concluídos, transaccionados e habitados ? Ficarão como um forte marca negra de outros períodos mais ricos, economicamente falando ? Virão a ser utilizados por fluxos de migração atraídos pela busca de um tecto gratuito ? Ou haverá a coragem política para que seja feita uma implosão ?
Uma outra ideia, peregrina é certo, aflorou: porque não desencadear um programa de reabilitação de edifícios na zona central da cidade e atrair jovens moradores ?
Os efeitos dos reveillons não justificarão de todo esta acalmia e ausência de fluxo de pessoas e carros.
Em boa medida é Oliveira de Azeméis a ficar deserta de vida sobrando o betão, muito betão.

5 comentários:

  1. 100% de acordo relativamente á desertificação da cidade.
    A nossa cidade está a perder a centralidade que antigamente possuía, as gentes dirigiam-se para a antiga “Vila” que era referência para as terras vizinhas, possuía uma escola de artes, depois Escola Industrial e Comercial, o Liceu mesmo no centro da vila, o Caracas, o Gemini’s, o Hospital, nos arredores nada existia...
    Entretanto as terras vizinhas desenvolveram-se e criaram as suas próprias estruturas e nós não capitalizamos esse pessoal que se dirigia para a nossa terra provocando a sua fixação.

    Qualquer coisa que se faz de novo aqui em Oliveira de Azeméis sai barraca:
    - Biblioteca a cair e roubada antes de ser estriada, as outras terras limítrofes já a têm a muito tempo,
    - Arquivo Municipal arrasta-se,
    - Piscina Coberta só agora se iniciou, as outras terras limítrofes já a têm a muito tempo,
    - Pavilhão multiusos em projecto, SJM já o tem a muitos anos nas Travessas, Ovar está a construir, Espinho, Feira...
    - Hospital sofreu diversos reparos mas o que é necessário é retirá-lo do local sem condições onde se encontra (a poucos metros de um Estádio!) e construir uma estrutura de raiz,
    - Parque da cidade onde os jovens poderiam conviver arrasta-se sem data de inauguração prevista (já ninguém acredita nas datas da CMOA),
    - Central de camionagem: estudos e mais estudos e agora querem construir duas. Os nossos vizinhos já têm (uma) e com condições, veja-se SJM que quer ligar a existente a estação de caminho de ferro,
    - Ganhamos o Ensino Superior e não fazemos nada para se enraizar, veja-se o acordo da CMOA com a Cruz Vermelha: fazer a escola na antiga cadeia! É retrógrado!...porque não fazer um Campus Universitário de pequena dimensão com uma visão de futuro que unisse esta escola ao pólo da UA, não existe planeamento (e tanta gente na CMOA),
    - ...

    Resumindo perante este desterro que pensará um jovem Oliveirense? Qual a motivação?

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  2. É. Contra factos, não há argumentos.

    Urge reorganizar o nosso espaço urbano. Torná-lo atractivo e capaz de cativar particularmente os mais jovens.

    Não pretendo diminuir as sugestões e reparos (sempre atentos e pedagógicos) do Dr Carlos Cunha, mas todos sabemos também que é muito mais fácil, observar e opinar sobre o que nos rodeia. Todos julgamos que os erros cometidos resultam de acções ou omissões "dos que decidem" e acomodamo-nos à ideia de que nada podemos fazer, para além de ir comentando.

    Porém, aquilo em que se transformou o tecido urbano é demasiado grave para ser imputado a uma dúzia de responsáveis e, por isso, questiono-me muitas vezes sobre o porquê do desleixo que permite silvados em pleno centro da cidade e, invariavelmente, concluo que há uma falta de ambição por parte de todos nós. Achamos que é normal, acomodamo-nos à passagem do tempo... e, por acção ou omissão, todos somos também responsáveis por este estado de coisas.

    Urge agir, intervir nos órgãos próprios, ocupar "as cadeiras do poder" para que este estado de coisas se altere.

    Acredito que estas novas gerações - que "teimam" em fixar raízes por cá - tenham a coragem (alguns já o demonstram) e a ousadia de agir (rapidamente) de forma a exigir mais e melhor de quem dispõe do poder.

    Espero que, em 2007, se aprofunde este movimento.

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  3. A cultura tem atraido gentes e pretigio a SMFeira e a SJMadeira, so para dar alguns exemplos vixinhos
    Pq nao seguir os bons exemplos vizinhos?

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  4. A CMOA não quer aprender com os bons exemplos vizinhos, está ocupada a descolar os cartazes de promoção a eventos de bem estar realizados em SJM!

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  5. estes apontamentos são mesmo só para momentos nocturnos pois a rua pedonal em dias úteis é muito utilizada quer seja pelos funcionários da camara a deslocarem-se para fazer que trabalham e na zona do antigo liceu é um corropio de fornecedores, juntas e associações que fazem fila junto do vereador das finanças para ver se recebem uns trocos..

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