sexta-feira, novembro 11, 2005

Observações de um Oliveirense emigrado, mas preocupado....

Observações de um Oliveirense emigrado, mas preocupado....

Sou um Oliveirense de 27 anos, mas há cerca de 10 que passo muito pouco tempo na minha terra natal, devido ao período de estudos universitários e posteriormente à minha vida profissional.

Durante estes 10 anos residi em diversas cidades portuguesas: Santarém, Guimarães, Porto e Maia; Tive ainda oportunidade de conhecer bastantes mais, em deslocações de trabalho, férias, etc....

Cada vez que regressava a Oliveira de Azeméis, apercebia-me do quanto está atrasado o nosso concelho. São várias as àreas onde as lacunas são grandes e graves.

A começar pelo ordenamento do território. Fico completamente espantado quando vejo surgir novos edifícios, construídos em cima das ruas, com varandas por cima dos passeios; estradas que são estreitadas para se construírem edifícios; Zonas industriais encostadas a zonas residenciais; edifícios com alturas completamente absurdas em locais de moradias com 2 ou 3 pisos. Enfim....

A nível de saneamente básico, então o espanto é ainda maior.... Conheço aldeias em Trás-os-Montes, perdidas no meio da montanha, com poucas dezenas de habitantes e têm saneamento básico. Como é possível que Oliveira de Azeméis ainda não tenha saneamento básico em grande parte do Concelho.

A nível de equipamentos, pergunto-me, como é possível que Oliveira de Azeméis ainda não tenha pisicinas públicas condignas para a prática de desporto, por parte dos seus cidadãos. Como é isto possível, se há dinheiro para se construir um complexo de treinos fantástico para a UDO (não querendo menosprezar o valor do clube, mas julgo que há outras prioridades).

Outro problema gritante é o abastecimento de àgua. Não conheço a realidade de todas as freguesias, mas no caso da minha freguesia, só há cerca de 2 anos é que a rede pública foi diponibilizada a toda a freguesia. Como é isto possível nos dias que correm?

Até compreenderia certas lacunas se Oliveira de Azeméis fosse um concelho do interior com poucos recursos. Mas quando vejo serem gastos milhares e milhares em operações de reformulação de imagem, em feiras de divulgação do comércio e indústria do concelho, por incrível que pareça, realizadas NO PRÓPRIO CONCELHO, não compreendo.

Outra situação que me deixa um pouco espantado/revoltado é a criação de Agências disto e daquilo, Fundações e outras coisas. Coisas que ninguém percebe muito bem para que servem, que surgem dum dia para o outro, com orçamentos chorudos e nunca se vê o que fazem e para que servem.

Quanto mais conheço outras cidades, do nosso país e outros, mais triste fico com o facto de ser Oliveirense, pois verifico que a nossa cidade e o nosso concelho estão muito distantes de outras realidades....

Rui Marques

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