Presidente da Câmara acusado

Diário de Aveiro 2007.09.07

Francisco Manuel

O presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Ápio Assunção, foi acusado pelo tribunal de três crimes de falsificação, um de peculato de uso e outro de abuso de poder

O Tribunal de Oliveira de Azeméis acusou formalmente o presidente da Câmara local, Ápio Assunção, de três crimes de falsificação, um de peculato de uso e outro de abuso de poder, apurou o Diário de Aveiro. Também um funcionário é acusado de um crime de falsificação e abuso de poder.
O processo foi iniciado com denúncia anónima, que deu origem a uma investigação da PJ do Porto, que apontava para seis suspeitos, incluindo os dois agora acusados, todos funcionários da autarquia e uma empresa de construção civil. A nossa reportagem sabe que quatro dos processos foram arquivados.
A acusação foi proferida a 2 de Agosto e os dois acusados já pediram a abertura da instrução do processo. Este processo envolve alegados desvios de materiais dos estaleiros da Câmara Municipal, numa altura em que Ápio Assunção era ainda vice-presidente da autarquia.
A notícia das investigações da PJ foi avançada em Maio, citando uma fonte anónima, que revelava que as averiguações se iniciaram em 2001. Segundo um jornal semanário local, a PJ «ter-se-á deparado com outras situações» que terá levado a ouvir «dezenas de funcionários e responsáveis autárquicos, bem como empresas do ramo da construção civil».
Logo na altura, a líder do PS de Oliveira de Azeméis, Helena Terra, pediu a «cabeça» do presidente da autarquia, sustentando que ele «não tem condições para se manter no exercício do seu cargo», explicando que quem está «sob suspeita é o representante máximo do município» e, por isso, acrescenta, «a pouca credibilidade que existia, deixou de existir».
Ápio Assunção não se pronuncia sobre este assunto, remetendo-se ao silêncio, segundo fonte do Gabinete de Imprensa da Câmara de Oliveira de Azeméis.