sexta-feira, janeiro 06, 2006

Comissão de Protecção de Crianças e Jovens

Fiquei estarrecido com as notícias que por estes dias têm dado eco ao relatório pedido pelo Governo sobre a actuação da CPCJ de Viseu no caso da menina agredida e violentada pelos pais.

A situação por ela vivida é por todos lamentada e causadora de uma enorme repugnância pela atitude dos seus pais.

No entanto, o que me faz escrever estas linhas é o facto de se querer encontrar suspeitos para além dos evidentes… de se querer culpabilizar, neste caso, como noutros, agentes da sociedade que agem na sua maioria das vezes por “carolice” e sem os meios necessários para uma actuação eficaz.

Questiono se o legislador, aquando da criação destas comissões, sabia o que estava a criar e se legislou no sentido de lhes serem dadas as condições logísticas e financeiras necessárias a este fim.

Questiono se quem elaborou o relatório, algum dia assistiu ao modo como funcionam estas comissões e detectou as lacunas do sistema?

Questiono se os órgãos de comunicação social, quando apontam o dedo, à incúria destas comissões, se realmente sabem das condições em que trabalham de forma abnegada centenas, senão, milhares de pessoas por este país fora.

Na grande maioria das comissões, estes trabalhos são efectuados em horário pós laboral, sem o mínimo de meios para poderem funcionar, mas é-lhes apontado o dedo acusador por fazerem os possíveis e os impossíveis para ajudarem a salvar crianças neste país.

Aproveito também para lançar um desafio aos órgãos de comunicação social do nosso país, mas em especial, do nosso concelho. Façam reportagens sobre o que de positivo, e é certamente muito, faz a nossa Comissão de Protecção de Crianças e Jovens? Façam reportagens sobre as condições e os meios em que trabalham? Valorizem o papel daqueles que “dão o corpo ao manifesto” pelas causas…

Aproveito para deixar aqui um agradecimento público a todos quantos, activamente, se empenham por uma causa que não é a deles!

1 comentário:

  1. Obviamente que não estaremos a falar de um mau desempenhbo em virtude do estado de humor dos elementos. Aquilo que eu digo é que, com os meios que possuem e da forma como trabalham, pelo menos do que eu conheço, deveríamos era valorizar o trabbalho que fazem e não apontar o dedo quando falham, sob pena de, qualquer dia, não termos pessoas disponíveis para fazerem voluntariamente este trabalho pois estão, em caso de erros ou omissões, demasiado expostas aos olhos da opinião pública.

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