Reflexão

Caríssimos Oliveirenses, vivemos uma época em que a política já nem é pensada… não que eu defenda que ela seja preenchida apenas por intelectuais, muito pelo contrário…, sou da opinião que ela perdeu muito da sua sanidade quando começou a ser invadida por puros teóricos… ela é de todos e para todos.
Contudo, a política tem que, por inerência, pensar assuntos do Estado e o estado das coisas, e este estudo é tão necessário, quanto a realidade quotidiana sofrer maiores e constantes mutações. Se tudo muda, não pode a “Mãe Politica” estar agarrada a clichés de outrora, comprovadamente incipientes nos dias de hoje.
Hoje, fazer politica é estar em todo o lado, ser visto num concerto, num campo de futebol, numa praia famosa ou mesmo abdicar da sua total privacidade, admitindo-o como um preço justo para retirar dividendos políticos. O pensamento existe, mas hoje é canalizado para o resultado imediato, para o show off, e não para uma estratégia consistente e global.
Assim, esta falta de reflexão culminou na ruptura das ideologias, mitigando toda e qualquer sociologia política, desvirtuando o núcleo duro dos princípios orientadores e individualizantes da Ciência Politica. Caso notório disso é muitas vezes a confusão ideológica entre os dois grandes partidos políticos portugueses.
A velha politica, que outros fermentaram, já não faz mais sentido hoje… aquela foi pensada, pensada por homens e mulheres que tinham ideais bem definidos… que sabiam ser o instrumento da Politica, e não concorrente dela! Aqui está a grande diferença!
Esta falta de reflexão também motivou a falência da própria politica, falência essa de credibilidade, originando concomitantemente a ruptura económica dela mesma… esquecemo-nos de pensar que o mundo mudaria um dia, para um mar de novos desafios, para a qual os políticos não se tinham preparado, esquecemo-nos de pensar em novas técnicas de financiamento, em novos métodos de gestão pública, e perdemos… os resultados estão à vista… perdemos por não pensamos.
Portugal precisa de parar para pensar, por que há muito tempo que não pensamos como outrora se pensou, mas não por teóricos maliciosos ou incoerentes, que semanalmente invadem os órgãos de comunicação social, destronando a má sorte dos portugueses ou o seu orgulho nacional. Portugal precisa de homens que pensem e que façam mas fundamentalmente precisa de homens de boa vontade, que sejam verdadeiros lideres, capazes de unir os Portugueses.
Pensem nisto, e tentem ser construtivos nas Vossas análises, que eu tentarei comentar dentro do possível.
Um abraço.