sexta-feira, julho 28, 2006

Indústria (I)

No final dos anos 90, lancei um desafio aos órgãos autárquicos de Oliveira de Azeméis, na qualidade de membro da Assembleia Municipal, para um amplo debate e a definição de uma estratégia e um plano para o desenvolvimento industrial do concelho de Oliveira de Azeméis.
A ideia era, pela primeira vez, definir uma estratégia pública de apoio à actividade industrial, utilizando os recursos públicos para promover novos investimentos privados nas áreas da indústria do concelho.
O nosso concelho tem cerca de 2/3 da sua actividade económica e da sua população ligada à indústria. Tinha cerca de 2.ooo empresas industriais, organizadas em cerca de 700 grupos de interesse e actividade industrial. Na sua maioria, indústrias de pequena e média dimensão, mas com forte capacidade empregadora, mesmo para fora do concelho e uma enorme vocação exportadora, sendo a área de maior volume de exportações para fora da União Europeia (hoje também para a UE), na região norte de Portugal.
A indústria tem sido a impulsionadora do nosso desenvolvimento. Mas também, em proporção quase idêntica, a área de maior risco para o desenvolvimento.
A actividade industrial é condicionada por estruturas locais burocráticas, a administração municipal pouco ajuda na sua implementação, as Zonas Industriais não saíram do papel, não há regulamentação nem ordenamento dos espaços, não há infra-estruturas públicas de suporte ao crescimento das capacidades da indústria e, pela sua enorme escassez, os preços dos terrenos industriais obrigam à deslocalização de parte da nossa indústria. Muitas mudaram para SM Feira, por exemplo.
Escusado será dizer que aquele meu desafio não teve resposta, até hoje. A maioria esqueceu-o e nada fez para a sua promoção. Continuo a defender que este é um debate fundamental, ainda por fazer. De que é que estamos à espera?

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