No final dos anos 90, lancei um desafio aos órgãos autárquicos de Oliveira de Azeméis, na qualidade de membro da Assembleia Municipal, para um amplo debate e a definição de uma estratégia e um plano para o desenvolvimento industrial do concelho de Oliveira de Azeméis.
A ideia era, pela primeira vez, definir uma estratégia pública de apoio à actividade industrial, utilizando os recursos públicos para promover novos investimentos privados nas áreas da indústria do concelho.
O nosso concelho tem cerca de 2/3 da sua actividade económica e da sua população ligada à indústria. Tinha cerca de 2.ooo empresas industriais, organizadas em cerca de 700 grupos de interesse e actividade industrial. Na sua maioria, indústrias de pequena e média dimensão, mas com forte capacidade empregadora, mesmo para fora do concelho e uma enorme vocação exportadora, sendo a área de maior volume de exportações para fora da União Europeia (hoje também para a UE), na região norte de Portugal.
A indústria tem sido a impulsionadora do nosso desenvolvimento. Mas também, em proporção quase idêntica, a área de maior risco para o desenvolvimento.
A actividade industrial é condicionada por estruturas locais burocráticas, a administração municipal pouco ajuda na sua implementação, as Zonas Industriais não saíram do papel, não há regulamentação nem ordenamento dos espaços, não há infra-estruturas públicas de suporte ao crescimento das capacidades da indústria e, pela sua enorme escassez, os preços dos terrenos industriais obrigam à deslocalização de parte da nossa indústria. Muitas mudaram para SM Feira, por exemplo.
Escusado será dizer que aquele meu desafio não teve resposta, até hoje. A maioria esqueceu-o e nada fez para a sua promoção. Continuo a defender que este é um debate fundamental, ainda por fazer. De que é que estamos à espera?
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