domingo, junho 04, 2006

Emprego e Desemprego

Ontem, no decorrer de uma conversa, um empresário oliveirense deu-me nota da sua indignação e desalento por ter não conseguir recrutar, no triângulo O.Azeméis, S.João da Madeira e Vale de Cambra, empregados para a sua empresa.
Contou-me que tem recorrido ao Centro de Emprego, que numa só semana entrevistou 12 potenciais empregados indicados por aquele Centro e nem um só candidato se mostrou interessado. Perante a minha surpresa por não conseguir captar um trabalhador que fosse, mais a mais em concelhos onde o crescimento do desemprego tem sido galopante, o empresário deu-me pormenores das entrevistas que, em resumo, apontam para respostas do tipo:
  • "eu só vim à entrevista para não perder o subsídio. Amanho-me bem como estou e se escrever alguma coisa que leve a cortarem-me o subsídio tem-me à perna..'
  • " ...eu até nunca trabalhei em metalurgia. Se está na minha ficha é porque foi erro do Centro de Emprego. " "Se não escrever que eu não sirvo para a função...fique a saber que... tem carro e família, não tem ?! Percebeu'

Um responsável do Centro de Emprego contactou o empresário: "então sr, 12 candidatos e nem um admitido!!". O empresário descreveu-lhe o ambiente das entrevistas e o teor das respostas (e ameaças) ao que o sr. do Centro de Emprego respondeu: " pois é! nós sabemos que há artifícios, pressões, etc mas a lei está pra isto, favorece-os....' (resignação absoluta).

Este empresário oliveirense tem carteira de encomendas, algumas para exportação, quer trabalhadores , que até nem serão de grande nível de especialização, e não consegue. É um paradoxo.

Disse-me mais este empresário oliveirense: possivelmente, terá que deslocalizar uma grande parte da produção para zonas (em Portugal, note-se) onde, de forma mais garantida, tenha a mão-de-obra que precisa.

Sem mais comentários.

6 comentários:

  1. O melhor post até ao momento do melhor fórum de Oliveira de Azeméis (também não há outro).
    Parabéns Sr. Dr. Carlos Cunha.

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  2. Efectivamente, urge reformular toda a política de subsídios em Portugal para evitar que situações destas proliferem. O subsídio de desemprego não deveria ser "dado" em troca de nada, pois existe muito trabalho comunitário que poderia ser realizado com mão de obra "desempregada" e que é paga com os impostos dos contribuintes.

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  3. Porra mas estamos num país governado por comunas, estamos num blog de comunas, e aparentemente alguns comunas estão a cuspir na sopa!...
    queremos de volta o país das Cunhas!...Terras e outras aberrações!
    Por Salazar!
    PS: ainda queriam estes tipos assaltar a Câmara, davam cabo disto tudo...

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  4. Ao anónimo das 6:56PM...

    Sabe o anormal que a ignorância muitas vezes roça a inutilidade e a vulgaridade.
    Por sua vez, inuteis como V. Exa. têm tempo de antena neste tipo de fóruns que acham que não devem banir comentários cobardes e estéreis de bestas!

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  5. Obrigado Fórum-Azeméis, por deixar tipos como o anónimo das 6:56PM colocarem aqui pérolas como a que lemos, provas do fracasso intelectual, que anos e anos de analfabetismo popular, sob desígnios salazaristas!... Bravo!...

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  6. Lamento discordar de algumas posições. Daquilo que conheço do nosso sistema de apoio ao desemprego, existem mecanismos para impedir e fazer cessar situações como as que estão descritas pelo Carlos Cunha, contadas por um empresário. Não me admiro que tais situações surjam, até com frequência. Mas o sistema prevê, segundo sei, formas de pôr fim a tais comportamentos e a compelir essas pessoas a tomarem caminhos diferentes.
    Poderá significar que, se a lei existe, se está bem definida, então serão as medidas para a sua implementação e controlo que não estão a funcionar, por forma a garantir eficácia e rigor na atribuição dos subsídos.
    Espero que estas situações sejam denunciadas, esclarecidas e que sejam claramente identificados e sancionados os seus prevaricadores. Sem apelo nem agravo.

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