Oportunidades perdidas…

Caro Pedro Marques,

Com o devido respeito pela sua opinião (e partindo do são princípio que o contrário também é verdadeiro) julgo que, em algumas partes do seu texto ‘Nova Oportunidade!” , se estará a referir a uma outra cidade que não a de Oliveira de Azeméis, a terra que conheço há mais de cinquenta anos.
Quando invoca ‘o forte empenho’ da CMOA para cativar os industriais do ramo (suponho que da restauração e afins…) pergunto-me - como e quando - tem havido o mesmo forte empenho para reter empresas de Oliveira de Azeméis que têm abalado para concelhos vizinhos. Pergunto-me porque há anos e anos a fio se ouve na eminência das sempiternas Zonas Industriais.

Quando, e está no seu óbvio direito, enaltece a dita animação nocturna ‘dando vida’ para além das horas expediente não lhe terá ocorrido meter-se na pele dos que, após árduo e duro expediente, vêm o seu natural direito ao descanso a ser perturbado até às 3, 4 ou 5 da matina, por fortes ruídos (música?!?!) acrescido pela algazarra na via pública de jovens – por sinal, muito jovens – inebriados com shots (ou algo mais...).

Quando destaca como sinal de revitalização urbana a renovação da toponímia da cidade, confesso que fico sem perceber. Referir-se-á às azuladas placas toponímicas ? Ou aos nomeados para ruas, travessas, becos e quelhos ? Pois..de facto, são inúmeras as situações em que não se compreende o mérito de tal distinção honorífica, não se vislumbra uma particularidade que leve à perpetuação… É evidente que quem conhece Azeméis há meia dúzia de anos não conseguirá, talvez, entender. Mas aprofunde um pouco sobre a metodologia da ‘nomeação e eleição’ de muitos dos distinguidos logo verá quanta pusilanimidade pululou.

Cidade ‘jovem, dinâmica e moderna’ ?

Será a cidade em que ao longo dos anos se betonizou ao sabor do improviso ? Será a cidade que não consegue fixar os seus filhos (ei-los que partem…) ? Será a cidade em que por cada cem metros de rua ou estrada prevalecem buracos-cratera (ou crateras-buracos) que eram suposto já não existirem tantas as reiteradas vezes que os executivos municipais apregoam que está para breve o arranjo, a renovação ? Será a cidade em cujo centro (tendo como ‘centro’ o círculo com um raio de 500 metros com epicentro na Praça da República) existem silvados e mais silvados ? Ou em que a trampa extravasa as tampas e escorre passeio abaixo (registe-se: 8 de Dezembro, Rua Ernesto Pinto Basto)

E por falar em noite..de facto quando é ‘noite’ é mesmo noite em muitas ruas da cidade. Terá você a noção de quantos candeeiros de iluminação pública estão fundidos há anos, sim, anos!!! Por exemplo, tenho mails trocados com a CMOA e da EDP, com muitos meses a prometerem que serão breves a reparar…Ou será que a energia passou para os locais de animação nocturna ?

Por fim, já que não consegui ser breve, que não falte o fogo de artifício e as emoções…
De facto, só com emoção e gosto pela minha terra é que sou capaz de vir a terreiro dizer o que acima digo (e como o digo).

Por vezes, há oportunidades que se perdem como a de estar calado…Esta poderia ter sido, para mim, uma delas. Mas não o consigo quando há pintores que usam um painel de corres garridas que desvirtuam a realidades. Com o devido respeito, repito, pelo direito à diferença de ponto de vista.