A fábrica de calçado de senhora M. da Costa e Silva SA, em S. Roque, Oliveira de Azeméis, cessou esta sexta-feira a laboração atirando para o desemprego mais 190 trabalhadores a quem deve quase três meses de salários.
Mais um despedimento colectivo fruto da conjuntura económica internacional e com efeitos a nível nacional e que começa a afectar Oliveira de Azeméis no sector do calçado de pois de já ter provocado alguns constrangimentos no sector automóvel.
Certamente uma notícia triste. Não conheço em concreto as razões. Sinto-me solidário com os trabalhadores e as famílias, vítimas desta situação.
ResponderEliminarMas há que perceber que esta situação pouco deve ter que ver com a "crise". Há muitas outras indústrias, também no calçado, que prosperam.
Prosperam os que sabem aproveitar vantagens competitivas, que não sejam apenas a pouca qualidade e os salários baixos.
São bons factores competitivos, a inovação, a criatividade, a promoção comercial e, sobretudo, a boa gestão dos recursos.
Em mercados cada vez mais competitivos e exigentes, quem não perceber isto, mais crise menos crise, fecha as portas. Cada vez mais.
E esta é uma realidade que nenhum Governo pode fazer inverter. Manter empresas artificialmente, já mostrou ser um disparate. O Estado que ajude sim, mas a desburocratizar e a simplificar a vida das empresas e dos empreendedores. Sem falsas demagogias.
Houve o tempo em que veio remessas e mais remessas de dinheiro da União Europeia para as empresas se apetrecharem e melhorarem os quadros do pessoal das suas empresas com formação profissional adequada no sentido de se tornarem mais competitivas, etc., etc. Portanto era de se esperar que a competitividade fosse um vector chave para a sustentabilidade destas empresas. Aquilo porque estão algumas empresas deste sector a passar não é nada de imprevisto uma vez que não tivemos a capacidade nem a honestidade para nos prepararmos para os desafios que surgiriam posteriormente ao financiamento da comunidade europeia. Os outros países da EU em muito menos tempo evoluem muito mais do que nós em 34 anos. Perdoem-me … mas somos um país de incumpridores e de corruptos. Esta é infelizmente uma das causas principais para a desestabilização em que se encontra a economia portuguesa e sobretudo a vida daqueles portugueses que não tem meios de sustentabilidade para poderem fazer face às dificuldades porque estão a passar. Não sendo um grande admirador do primeiro-ministro José Sócrates por causa do código de trabalho aprovado pelo tal “bloco central”, reconheço que o governo está a fazer um esforço para suster um surto de miséria, se é assim que lhe podemos chamar. A ajudar a tudo isto ainda há aqueles empresários sem escrúpulos que se aproveitam da crise para se verem livre dos seus trabalhadores. O que seria de extraordinário nestes casos era que o fisco congelasse as contas bancárias das empresas e dos empresários e dos familiares directos no sentido de descobrir a proveniência dos dinheiros e dos bens adquiridos ao longo do funcionamento das empresas. Outra coisa a que vamos assistindo é encerra aqui e abre ali. Ou seja, troca-se de gamela embora os porcos sejam os mesmos. Vai-se lá perceber porquê?
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