Autarcas

Inicia-se hoje a campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 2005, culminando na votação de 9 de Outubro.

Não deixo de registar, em jeito de reflexão, a ironia deste país centralizador, uno e indivisível, orgulhoso e só no seu centralismo, que rejeitou a regionalização por achar que ia ser um desperdício e apenas criar mais uns "tachos", porque não se queria eleger umas dezenas de autarcas para as juntas e assembleias das regiões, a bem da economia do povo e dos contribuintes. Em contrapartida, preferiu-se manter um irredutível sistema central, com um governo de 18 ministros, 30 ou 40 secretários de estado, 230 deputados nacionais e, pasme-se, 43.000 autarcas! Quarenta e três mil, sim senhor. Não é engano.

Preferimos um Governo da República, dois governos regionais, 308 Câmaras Municipais (por enquanto) e quase 5.000 freguesias. Em vez de podermos reduzir esta estrutura para metade, ou pouco mais, se tivessemos tido a lucidez de criar as grandes autarquias regionais. Já para não falar em racionalização e melhor ordenamento, descentralização do poder, democratização das decisões e proximidade dos problemas. Era para isso a regionalização.

Agora, caros amigos, paguem também a crise. E para a próxima, antes de se queixarem ou de votarem, pensem melhor...