Tenho acompanhado a mudança de discurso da maioria concelhia do PSD, perante os últimos resultados eleitorais. Desde a noite das eleições, são só palavras mansas e apelos à união e à defesa dos interesses comuns, em benefício do concelho e dos seus anseios.
O discurso pacificador tem um único destinatário: a nova maioria do Partido Socialista e seus representantes.
Já foi assim durante os Governos Guterres. O PSD e a Câmara Municipal não enjeitaram a proximidade ao poder e, sempre que necessário, para ajudar em situações pontuais mas, sobretudo, para impedir a ocupação do espaço de iniciativa política por parte do PS, fizeram sempre questão em apelar e mobilizar o PS para algumas ambições importantes para o concelho.
Foi assim com projectos fundamentais, como nos casos do novo acesso à auto-estrada, da instalação do pólo de ensino superior ou do centro de saúde e hospital. Mesmo tendo maioria absoluta no concelho, o PSD não se preocupou em encostar o ombro político ao PS e à oposição (na altura reforçada com Paulo Portas, membro da Assembleia Municipal pelo PP). E bem!
Mudado o Governo e a maioria nacional, a história já não foi a mesma. O PSD e a Câmara nunca mais recorreram ao PS ou à oposição para o que quer que fosse. A união já não foi precisa para nada.
Hoje, mudada a situação política, voltaram os apelos à união dos oliveirenses. De todos, dirão eles; sobretudo do PS, direi eu.
Não discordo, bem pelo contrário, da junção de esforços, sempre que necessário e possível, para bem do nosso concelho e das legítimas aspirações da nossa gente. Eu próprio dei esse exemplo, tendo activamente participado em diversas iniciativas para fazer valer a justeza das nossas populações. Fi-lo sem vaidade, mas com grande orgulho e empenho. Hoje, voltaria a faze-lo. Não está isso em causa.
Só lamento que o PSD apenas sofra dessa vontade frentista, em prol dos interesses da terra, quando isso lhe interessa. E se tenha esquecido ou se esqueça sempre, quando tal não lhe interessa.
Fica aqui a minha pena pelos três últimos anos, pelo muito que se perdeu. Mas não há mais tempo a perder e espero que tenham a humildade para arrepiar caminho.
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