As eleições legislativas de 20 de Fevereiro resultaram numa vitória por maioria absoluta do Partido Socialista no país e em Oliveira de Azeméis. O PS ganhou com 45% no total nacional e teve uma votação próxima disso no concelho.
Os resultados não foram uma grande surpresa. Mas ficam algumas conclusões importantes deste acto eleitoral:
1. O Presidente da República tinha razão quando dissolveu a Assembleia da República e convocou eleições. Ouvida a voz do povo, a vontade de mudança foi clara: não apenas pela elevada participação na ida às urnas (a abstenção desceu), mas também pela maioria clara dada ao PS. Se dúvidas houvesse, o povo respondeu. Alto e bom som!
2. O Dr. Santana Lopes ameaçou processar as empresas de sondagens. Porque insistiam em prever a vitória do PS e mesmo a maioria absoluta. As sondagens, afinal, estavam certas. Os tribunais agradecem, aliviados. Sempre são menos uns processos.
3. A actual derrota do PSD em 2005 (28,5%) é estrondosa. Se comparamos com a votação do PS nas legislativas de 2002 (obteve 38%), e que o PS ganhou agora com 45% enquanto em 2002 o PSD apenas venceu com 40% dos votos, fica claro que, por um lado, a governação de Guterres não foi tão má quanto se disse, mas a governação de Durão Barroso e Santana Lopes foi inequivocamente má e censurada pelos eleitores.
4. Os partidos de esquerda tiveram uma votação expressiva, tendo o Bloco de Esquerda e a CDU aumentado as suas votações. O parlamento tem hoje quase 60% de deputados em representação da esquerda.
5. De pouco valeu o gigantismo dos meios utilizados nas campanhas do PSD e do CDS/PP. A campanha do PS, em termos de marketing, não foi tão vistosa e foi muito clara a supremacia dos recursos (leia-se, dinheiro) usados pelo PSD na presente campanha. Para nada ou muito pouco. A merecer reflexão.
6. O povo não gostou dos ataques sujos e das insinuações maldosas feitas nesta campanha e que tiveram como principal vítima, José Socrates. O resultado está à vista. As pessoas não gostaram da maldicência.
7.A estratégia usada pelo PSD em 2002 para vencer as eleições, baseada no discurso da miséria orçamental e da penúria financeira do país, produziram a maior crise política, económica e social da história da democracia portuguesa. Fica claro que a existência de CONFIANÇA é um valor essencial para todas as organizações, sejam estas empresas, associações, cooperativas, relações de produção, de consumo, investimento, etc. Mas fica também provado, a partir de agora, que a falta dela é sobretudo um factor de crise para um país. É curioso que, por tradição, foi a direita quem mais valorizou a CONFIANÇA, enquanto valor em si mesmo. A história é também madrasta.
8. Por fim, será que estas eleições foram as "primárias" do PSD? A ver vamos. Venha de lá o próximo Congresso do PSD.
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