Olá Pedro. Sabes que te estimo bastante. Considero as tuas observações pertinentes e a tua frontalidade uma qualidade humana. Compreendo o que dizes sobre a minha opinião aqui proferida sobre a hipotética candidatura do Hermínio Loureiro e a forma de actuação do PSD local de 8 em 8 anos, quando pretende “despedir” o “seu” presidente e colocar o “novo” “homem certo” na governação. Eu nada tenho contra isso, é uma estratégia política como qualquer outra, estratégia que até tem resultado, pois os eleitores têm-na premiado ao longo dos anos. Agora, permite-me também a mim discordar dela, e mais que discordar, combatê-la. Não combatê-la em si mas sim os efeitos que ela traz para o desenvolvimento do concelho, ou seja, não tem permitido uma saudável alternância partidária. Já reparaste, que se tal acontecesse a nível do país, um só partido instalado no poder desde o 25 de Abril, mesmo que os votos assim o expressassem sempre? Não seria óbvio que a oposição combatesse até aos limites da seriedade tal situação?
Não, não considero que da minha parte exista politiquice. Não uso disso, ou pelo menos tento. Não acho que constatar um facto que sempre aconteceu na política local seja politiquice. Aliás, já em 2003 escrevi um artigo no Correio de Azeméis a prever que o candidato em 2009 seria o Hermínio Loureiro.
Politiquice, considero o que se está a passar do lado do PSD. A criação de um tabu, a encenação de um facto quase consumado. Olha que algumas das assinaturas constantes na petição online são de pessoas que só posteriormente ficaram a saber que lá tinham o seu nome. Isto é que eu considero de grande politiquice.
Quando criticas na minha análise a exigência da clarificação rápida por parte do Herminio Loureiro, percebeste mal o que quis expressar. Eu afirmei que “nada tenho a ver com o tempo de decisão de Hermínio Loureiro”. E não tenho. A minha crítica não é para o tempo de decisão dele, que deverá ser pessoal e consciente, mas sim para a forma de actuação do PSD, que tal como também afirmei “é esquisito que haja sempre toda esta “novela” a cada 8 anos, ou seja, quando o PSD parte à conquista de mais um “homem certo”, um salvador da política local”.
Quando dizes que “criticar um possível candidato, criticar um possível programa eleitoral, criticar uma possível decisão da população, é desvirtuar o real e futuro combate político que se quer aberto, cordial e construtivo, mas acima de tudo sério!” eu respondo-te com as tuas próprias palavras: “as pessoas são livres de dizerem o que quiserem, apoiarem o que quiserem e quem quiserem (tributo máximo do 25 de Abril)!”
Afirmas também que “a dificuldade maior da política, é a capacidade que temos (ou não) de olhar para o nosso próprio umbigo. Limitarmo-nos a criticar, a dizer mal do adversário já não convence ninguém.” Concordo plenamente contigo, mas em relação a este meu artigo em discussão não enfio o barrete pois ele nada tem de crítica fácil e desonesta. É simplesmente uma análise de procedimentos de um partido que tem feito o que quer em Oliveira de Azeméis. Eu não me conformo e estaria a trair a minha consciência se não lutasse por um concelho melhor. Não sou de acomodar-me. Mas nessa desacomodação, julgo nunca ter tratado mal ninguém, nunca ter feito ataques pessoais. Simplesmente ataco políticas e procedimentos partidários que possa discordar, enfim, faço política. E como tu dizes “as pessoas merecem respeito só por aceitarem, nos dias que correm, estarem na política, especialmente, na política autárquica.”
Afirmas ainda que “Hermínio Loureiro é um homem bom, sério, experiente, eficiente e que ama a sua terra. As suas motivações são fortes e a sua coragem determinante.” Nada tenho a dizer e mesmo não o conhecendo pessoalmente, acredito no que dizes. Mas onde é que no meu texto indicio dizer o contrário? Nunca duvidei das intenções boas das pessoas, o que combato são políticas e procedimentos.
Também dizes que “seria muito fácil criticar o PS OAZ, bem como as características e idiossincrasias da sua candidata.” Porque não o fazes? Desde que seja com respeito, considero que até é uma mais-valia para o debate que se pretende esclarecedor. O povo depois que escolha, de acordo com o que considerar melhor. Só isso.
Quanto às promessas que têm sido feitas a Loureiro, e até por ele, estão todas por cumprir. Não achas isso politiquice? O povo votou em grande expectativa, expectativa que se renova a cada 4 anos e nada se concretiza. É só politiquice. De quem? Porventura dos “homens certos” que nos têm governado…
Um abraço grande, do teu amigo Rui.